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oficina
Bordar memórias de um futuro

com Julian Campos e Fabiola Notari

CONCEITO

Constantemente, estabelecemos um jogo entre o real e o imaginado, o vivido e o fantasiado, o falado e o íntimo. No exercício constante da memória, ao recordar imagens do passado, exercitamos a prática de recriar, de imaginar soluções diferentes para histórias mal resolvidas ou nunca contadas - criamos imagens de um futuro. Essa atividade mescla uma vivência em grupo ao ensino do Bordado Livre e, partindo de uma série de exercícios e dinâmicas em grupo, criará um ambiente para convidar o participante a dividir com o grupo uma memória íntima e pessoal. Essa história servirá de base para a produção de um bordado fazendo uso de pontos de Bordado Livre ensinados durante os encontros onde, juntos, buscaremos bordar a imagem dessa história não contada ou ainda criar uma solução visual para essa situação mal resolvida. A escolha do bordado como linguagem a ser utilizada nessa atividade tem relação com a produção artística do artista visual e ilustrador Julian Campos, o ensino não formal do Bordado Livre e as origens da técnica. O bordado historicamente pertencia a um fazer doméstico tido como da mulher, um ofício ensinado às meninas, passado de mãe para filha, quando já se tinha maturidade para o manuseio dos materiais e ferramentas. Por conta desse aspecto de rito de passagem feminino, o bordado sempre promoveu essas possibilidades de encontros e compartilhamentos. Ministrando oficinas e cursos nas unidades do Sesc SP desde 2017, o artista Julian Campos percebeu em suas oficinas o surgimento involuntário dessas trocas entre participantes - incluindo o próprio professor. O bordado, por ser uma atividade que se torna mecânica depois do contato inicial, acaba dando espaço para a troca humana, a contação de casos, as conversas em grupo - o ir ao "outro". Fabiola Notari, além de artista visual, pesquisadora, professora universitária e do ensino não formal, coordena o Grupo de Estudos Livros de artista, livros-objetos: entre vestígios e apagamentos na Casa Contemporânea desde 2014. Tanto sua pesquisa artística quando a orientação nos grupos de estudo abordam a questão da "memória". Juntos, perceberam a possibilidade de materializar as suas percepções e matérias de pesquisas nessa atividade aqui apresentada. 
Nesses encontros, em um primeiro momento, os participantes apresentarão as suas histórias de forma anônima. Contando com exercícios e dinâmicas coletivas, esses relatos serão recontados, apropriados, interpretados e servirão de gatilho para o surgimento de outras histórias pessoais. A ideia dessa abordagem, além de criar uma atmosfera de compartilhamento, é a de ilustrar que as histórias, por mais que sejam íntimas, são sempre universais. Gradativamente, mesclando exercícios de bordado e desenho (com auxílio de materiais de colagem, carimbos  e outros), o participante criará uma solução visual para sua história pessoal que será bordado e finalizado como um pequeno quadro. Como dito pela antropóloga, escritora, editora e professora Lilia Moritz Schwarcz no prefácio do livro "Bordar a Vida" (ACTC, 2018), "O ato de bordar lembra o exercício da paciência, assim como se associa à ideia primeira de curar, em seu sentido mais amplo e abrangente. Cura, nesse sentido, é gesto de cuidar, amparar e dedicar, como o próprio ato do bordado que alinha e desfaz os defeitos, cerze imperfeições (...)". Juntos, professores e alunos, ao compartilhar suas histórias, rememorá-las, bordá-las ponto a ponto, estarão, além de buscar um apaziguamento interno sobre algo não resolvido, construindo uma história coletiva.

 

PROGRAMAÇÃO/CONTEÚDO

O projeto prevê de 8 encontros com duração de 2 horas cada ou 6 encontros com duração de 3 horas cada. 

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